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sábado, 6 de setembro de 2014

REDAÇÃO: Movimento Estudantil e dos Intelectuais da África

REDAÇÃO: Movimento Estudantil e dos Intelectuais da África


A independência dos países africanos passou por um longo processo de resistências e lutas por parte dos africanos, tendo como contribuintes desse desenvolvimento histórico, o movimento estudantil, os intelectuais e a participação de várias entidades políticas como PLUA, PCA, a MPLA e o FRAIN. Nesse contexto de independência dos países africanos, antes da formação dos grupos citados, faltava-lhes uma unidade de organização e objetivos estratégicos para um efetivo avanço nas conquistas de suas liberdades.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, devido ao contato com os brancos, os africanos começaram a perceber que os europeus eram tão humanos quanto eles, pois os europeus, assim como eles, “sentiam fome, sede, medo e conflitavam-se entre si”. Com essa experiência e os conhecimentos adquiridos em guerra, começaram a formar movimentos de libertação. Esse sentimento anti-colonialista adquirido pelos africanos teve reforço com os ensinamentos das escolas europeias de que todos são iguais. E, diante dessa afirmação, os africanos começaram a exigir o que de fato se afirmava. Portanto, esse sentimento de liberdade, atingiu vários grupos: os sindicatos, as igrejas, os intelectuais, os movimentos estudantis e os paridos políticos. Dentre esses movimentos, os intelectuais foram de fundamental importância, devido suas ideias e influência na formação de uma nova mentalidade. Nesse contexto, alguns intelectuais como Léopold Senghor, Aimé-Césaire – criadores do movimento denominado negritude, nos anos 30 – possibilitou o intercâmbio entre os intelectuais negros, formando-se movimentos com a “consciência” de que eram negros e que precisavam buscar seus valores, como forma de combater os preconceitos disseminados pelos brancos. Léopold Senghor foi defensor do socialismo aplicado à realidade africana, lutou pelo desenvolvimento da agricultura, o combate à corrupção e manteve uma política de cooperação com a França. Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espanha a 13 de março de 1975.
Outro movimento que também desempenhou relevante importância para esse processo de independência foi o movimento estudantil formado por estudantes africanos, oriundos das colônias inglesas que se deslocavam para a Inglaterra e França com o propósito de se prepararem para as atividades políticas e evitar o isolamento. Mesmo sobre forte fiscalização portuguesa, na tentativa de evitar movimentos estudantis, os africanos que foram estudar em Portugal, também organizaram um movimento estudantil com o objetivo de conhecer melhor seu país de origem. Esse movimento, que surgiu em Angola nos anos 40, chamado “Vamos descobrir Angola” tinha como objetivo descobrir a cultura africana por meio da antropologia, sociologia e outras áreas discursivas. Pois os estudantes africanos acreditavam que só após formados podiam contribuir para modificar o quadro colonial, e, para tanto, precisavam conhecer bem a cultura angolana. Devido às dificuldades encontradas na metrópole – falta de acolhimento – os estudantes africanos criaram a Casa de Estudantes do Império (CEI) em 1944 e o Centro de Estudos Africanos (CEA) em 1955, em busca de relações mais solidárias. Nessas associações, debatiam-se os problemas das colônias. Dentre esses estudantes, preocupados em resolver tais problemas, destacou-se Agostinho Neto, expressando sua preocupação através de seus depoimentos e poemas, os textos poéticos de Agostinho Neto são considerados “históricos e de história”, que documenta a existência, entre 1945 e 1956 do movimento popular de luta de libertação de Angola; Neto sofreu várias perseguições ao longo de sua vida política sendo preso várias vezes, e, diante desses acontecimentos, teve o apoio de renomados intelectuais com manifestações de protestos contra a prisão de Agostinho Neto; ocupou vário cargos relevantes, entre eles, o mais importante, em 1975, é proclamado presidente, continuando Comandante-em-Chefe das forças Armadas Populares de Libertação de Angola e Presidente do MPLA.
Frantz Fanon, também foi um importante influente pensador do século XX que contribuiu com seus estudos sobre os temas da descolonização e da psicopatologia da colonização. Suas obras foram inspiradoras no processo de movimentos de libertação anti-coloniais. Através de seus estudos analisou as consequências psicológicas da colonização, entre os dois meios – colonizador e colonizado, bem como a descolonização. É considerado um dos fundadores do pensamento terceiro-mundista.
O movimento “Vamos descobrir Angola” foi um movimento cultural formado por jovens negro, brancos e mestiços insatisfeito com a literatura vigente, considerada distante da realidade, uma literatura colonial que falseava a realidade vivenciada em Angola. Este grupo de intelectuias, estavam dispospos em redescobrir o seu país em todos os seus aspectos, através de um trabalho conjunto e organizado. Por meio desse trabalho, pretendia-se estudar o passado local onde se iria buscar as verdadeiras raízes angolanas, para poder construir a Angola do futuro.
Com essas lutas pela independência, boa parte dos países africanos ficaram independentes nos anos 50 e 60.  


Fontes:


(Acesso: 14/07/14)


(Acesso: 14/07/14)


(Acesso: 15/07/14)


(Acesso: 15/07/14)


(Acesso: 15/07/14)

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